MOONLIGHT
Moonlight de Barry Jenkins é um arco íntimo e melancólico sobre a descoberta de identidade durante a infância, a adolescência e a vida adulta, através de momentos cruciais da vida de Chiron, um gay negro dos subúrbios de Miami.
Dividido em três capítulos, intitulados de acordo com a assumpção que os outros têm sobre a personagem principal, o filme vive a história de Little, Chiron e Black, três representações da mesma figura, do mesmo invólucro, do mesmo silêncio que cresce com vontade de gritar, mas pouco chega a falar.

Segundo filme do realizador Barry Jenkins, adaptando a peça de Tarell McRaney “In Moonlight Black Boys Look Blue”, é um drama de grande lirismo e realismo social, onde a tristeza é mascarada pelas pequenas memórias de toque e conexão, como o momento onde Juan ensina Little a nadar, Chiron e a sua primeira experiência sexual com Kevin e finalmente, o re-encontro de Black com Kevin, na idade adulta, relembrando o seu espaço e o seu ser. Tudo em imagens de grande poesia, como uma mão que se contorce na areia ou numa cena em que a edição fica disruptiva a todo filme, quando Jenkins quer mostrar a paixão presente na preparação de uma refeição para quem se ama.
Filme tão íntimo que sentes que estás a trespassar a privacidade de Little, Chiron e Black, mas no fundo, ele só quer o abraces.
ESTREIA: 02/02/17